Espero que estas palavras te encontrem bem. Desejo que tenhas encontrado um lugar onde a dor não entra nem o mundo cai lentamente a cada dia. Apesar de todo o cansaço dos últimos meses foi bom poder retribuir tudo quanto me deste.
Relembro uma viagem feita às Caldas da Rainha em que dizias que eras a Mª Rosa que tinha 18 anos, era tão bom quando entravas nas nossas brincadeiras. Nem sempre achavas graça às brincadeiras com a prima, nem sempre conseguias perceber o que fazíamos, mas gostavas tanto de nós e estavas tanto connosco que é uma delícia poder guardar-te a sorrir em tantas memórias construídas.
É inesquecível a forma como gostavas de fazer tudo a horas, de como a meio da tarde preparavas o jantar, de como dizias: "Vais só assim. Andas de corpinho bem feito... Depois diz que estás doente!"; "Olha as horas!"
Sei que adoravas ter conhecido o G. pela forma com que fizeste tantas coisas e de como sorriste e lhe acenaste para um ecrã com uma imagem gravada, sabias que era um vídeo, mas o fofo é irresistível, eu percebo.
É inesquecível a forma como gostavas de fazer tudo a horas, de como a meio da tarde preparavas o jantar, de como dizias: "Vais só assim. Andas de corpinho bem feito... Depois diz que estás doente!"; "Olha as horas!"
Sei que adoravas ter conhecido o G. pela forma com que fizeste tantas coisas e de como sorriste e lhe acenaste para um ecrã com uma imagem gravada, sabias que era um vídeo, mas o fofo é irresistível, eu percebo.
Temia que este dia iria chegar (para morrer basta estar vivo) e esteve tão próximo tantas vezes. Ainda assim, nada consegue preparar para o gelo da ausência prolongada. Vinte anos a viver debaixo do mesmo teto são uma tatuagem difícil de apagar. Eu que brincava tantas vezes com esta possibilidade, era a forma que encontrava para me preparar por dentro para a tua ausência.
O teu quarto já está diferente. A mãe ainda pensa que vais chegar e chatear-te por o termos mudado. Infelizmente, sabemos que não voltas e só sei que viver não era aquilo.
Flores ofereci-as em vida e no dia em que entregámos as cinzas: rosa, camélia, narcisos amarelos e violetas tornaram-se o nosso último beijo, o nosso último abraço, saudade colorida a florir no coração, regada com lágrimas afinadas de chuva...
Tinhas muitas saudades do avô, vinte anos vos separavam, dorme agora serena junto do teu amor maior.
O teu quarto já está diferente. A mãe ainda pensa que vais chegar e chatear-te por o termos mudado. Infelizmente, sabemos que não voltas e só sei que viver não era aquilo.
Flores ofereci-as em vida e no dia em que entregámos as cinzas: rosa, camélia, narcisos amarelos e violetas tornaram-se o nosso último beijo, o nosso último abraço, saudade colorida a florir no coração, regada com lágrimas afinadas de chuva...
Tinhas muitas saudades do avô, vinte anos vos separavam, dorme agora serena junto do teu amor maior.
Obrigada por tudo.
Amo-te muito,
Amo-te muito,
16/06/1932 - 15/02/2014 |
Não consegui ler este texto sem ficar comovida. Dói tanto perder alguém tão próximo. Força menina*
ResponderEliminarObrigada * Às vezes ainda parece tudo um sonho...
ResponderEliminarForça, querida. Tenho pensado em ti :) bjnh, di
ResponderEliminarO silêncio desta casa...
ResponderEliminarBeijinho*
:) Bonito!
ResponderEliminarGrande falha o G. não ter conhecido a Avó Ilda... :( Esta foto está linda!!
ResponderEliminar