Demorei um segundo a decidir entrar e talvez outro segundo a decidir sair.
Despeço-me da Alice, sabendo que secretamente vive, pensa e sonha comigo. Sabendo que se debate porque quer ter voz, mas eu não consigo emprestar-lhe o corpo. Viverá num espetáculo imaginário que será apresentado apenas na minha cabeça. Conseguirei ser feliz assim?
E vem-me sempre à memória: Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é? Pode alguém ser quem não é?
Gostava de ser mais sensível ao mundo… gostava de saber o que fazer com todas as emoções registadas na pele. Gostava de descobrir por que razão me sinto tantas vezes claustrofóbica de mim mesma…
Talvez um dia o desespero se transforme em coragem, talvez... e só talvez, não doa tanto crescer.
Encontro agora novos papéis... Viverei o espetáculo de outra forma.
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